segunda-feira, 9 de maio de 2016

LUZ NO FIM DO TÚNEL







LUZ NO FIM DO TÚNEL

A realidade pode ser oculta, mas com a reflexão, as coisas tornam-se evidentes, e o conhecimento construído cada vez mais verdadeiro. E a partir do momento em que passa a ser uma prática, não haverá mais túneis sem luz.”  Lucas Ildefonso


Pincei a frase de um artigo que nos remete à reflexão sobre a realidade.
A minha, a sua e a do restante dos mortais.
Tema confuso e difuso porque a minha realidade/verdade no mínimo
parecerá com a de alguns e jamais com a de muitos.
Leituras, convívio social, formação acadêmica, vivências ...
O desfazer-se em si para estar em movimento e evidenciar o oculto é
trabalhoso e as conclusões eivadas de personalismo e hipocrisia –
para satisfazer necessidades prementes de aceitação.
Comum hoje escutar mulheres afirmando que o “eu me amo” é
a base de respeito e valorização da mulher .
Diria eu que uma poção mágica para a própria aceitação e eventual
distorção do que seria amar.
Para se amar e se definir, o caminho é saber exercitar o amor ao
outro, sem o que não se distingue o que é amar-se.
E sentimentos são mutáveis, ligeiros, passageiros ocultos .
E a realidade ... um eterno descortinar do nada, do vácuo que
emite raios e pisca pisca de luz.

POST BY: Principesca Real 



VERDADE

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os dois meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram a um lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em duas metades,
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
As duas eram totalmente belas.
Mas carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

                           Carlos Drummond de Andrade